Outro dia eu estava em uma reunião e alguém disse com a maior naturalidade:
“Precisamos integrar o AEO à IA com foco em CPC otimizado pra ROAS positivo.”
Eu apenas balancei a cabeça e disse “Perfeito!”, enquanto por dentro pensava:
“Meu Deus… o marketing virou uma sopa de letrinhas com personalidade própria.”
Eu sou Paulo Victor Jabour Tannuri Valverde de Morais, trabalho há anos com comunicação, inovação e negócios digitais, e confesso: nunca vi tanta sigla nascendo por minuto.
Se antigamente a gente decorava umas cinco — tipo SEO, ROI, CPC, CRM e KPI — hoje parece que o mercado resolveu testar os limites do alfabeto.
Quando o marketing começou a falar em código
Vamos ser sinceros: o mundo da tecnologia e do marketing parece competir pra ver quem cria mais siglas por ano.
A cada nova tendência, nasce uma nova sequência de letras que promete mudar o mundo (ou pelo menos o PowerPoint).
Hoje temos:
- SEO (Search Engine Optimization)
- AEO (Answer Engine Optimization)
- IA (Inteligência Artificial)
- ROI, ROAS, LTV, CAC
- e até umas que parecem senha de Wi-Fi: GPT, API, UX, CX, GA4, B2B2C…
No fim das contas, parece que quanto mais tecnológica a conversa, menos gente entende o que está sendo dito.
A nova síndrome do “se não tiver sigla, não é importante”
Virou moda usar sigla pra tudo.
E o mais curioso é que muitas vezes a própria pessoa que fala também não sabe exatamente o que significam — mas soa inteligente.
É o famoso “efeito TED Talk”: todo mundo parece especialista, até que alguém pergunta o que realmente é o tal AEO e o silêncio toma conta da sala.
Pra mim, a regra é simples: se a explicação da sigla demora mais que o tempo que ela economiza, é melhor falar por extenso.
Entre o humor e a verdade: as siglas refletem o ritmo do mundo
Brincadeiras à parte, as siglas nasceram porque o mundo anda rápido demais.
Cada nova ferramenta, método ou tecnologia ganha uma sigla pra economizar tempo — e ironicamente, a gente passa mais tempo tentando entender o que elas significam.
Mas existe um lado positivo nisso tudo: as siglas também mostram que o mercado está vivo, em mutação constante, e quem trabalha com inovação precisa acompanhar, interpretar e traduzir o que está vindo.
Afinal, o futuro pode até ser feito de siglas, mas o que continua valendo mesmo é a clareza da mensagem.
O desafio agora é simplificar
Como costumo dizer: a tecnologia complica pra depois simplificar.
E é isso que precisamos fazer com o marketing também.
A inteligência artificial (ou IA, claro) pode gerar textos, prever cliques e até vender ingressos, mas nenhum algoritmo substitui a boa e velha comunicação humana — aquela que fala com clareza, empatia e propósito.
Se um dia alguém inventar a sigla pra isso, eu juro que tatuo.
