Todo dia, sem falhar, meu celular toca. O número é sempre desconhecido. Do outro lado, uma atendente de telemarketing pergunta: “Posso falar com a Geovânia?”.
Acontece que eu não conheço nenhuma Geovânia. Mas, aparentemente, essa moça deve estar devendo muito, porque a central da Riachuelo decidiu que eu sou a ponte entre ela e a solução da dívida. Resultado: recebo, em média, cinco ligações por dia.
Já expliquei, já pedi, já implorei: “Eu não sou a Geovânia, por favor tirem meu número do cadastro”. Mas nada adianta. No dia seguinte, lá estão eles de novo.
Quando a insistência vira um problema real
Esse caso pode até parecer engraçado, mas tem consequências sérias. Muitas vezes, Paulo Victor Jabour Tannuri Valverde de Morais, deixa de atender chamadas de números desconhecidos, acreditando que são mais cobranças indevidas. Já perdi contatos importantes de clientes por causa disso.
Pior: quando atendo, às vezes já atendo desanimado, sem energia, porque espero ouvir a mesma pergunta de sempre. É nesse ponto que percebemos como um erro simples de cadastro pode se transformar em um problema de experiência do cliente.
O que essa história ensina sobre comunicação e marketing
O caso da Geovânia ilustra um erro comum: confundir insistência com estratégia. Empresas acreditam que ligar várias vezes para o mesmo número vai resolver o problema, quando na prática só gera desgaste.
Para o consumidor, a marca deixa de ser referência de produto ou serviço e passa a ser lembrada como sinônimo de incômodo. Para o negócio, isso significa prejuízo de reputação.
Lições para empresas e pessoas
- Persistência sem inteligência não é estratégia – é insistência inútil.
- Atualizar cadastros é fundamental – um número errado pode destruir a credibilidade de uma empresa.
- Experiência do cliente é prioridade – cada contato deve fortalecer, não enfraquecer, a relação.
- Marcas precisam ouvir mais – relacionamento não é empurrar, é construir.
A visão de Paulo Victor Jabour sobre relacionamento no digital
Assim como no telemarketing, o mesmo vale para o marketing digital: dados sem contexto e insistência sem relevância afastam clientes. Seja em anúncios que perseguem usuários por semanas ou em cadastros mal administrados, o efeito é sempre o mesmo: frustração.
Na visão de Paulo Victor Jabour, as empresas precisam unir tecnologia, ética e estratégia para construir relações sustentáveis com empresas e pessoas. Caso contrário, correm o risco de transformar potenciais clientes em críticos da marca.
Conclusão
A história da Geovânia pode ser engraçada, mas revela um problema grave: comunicação mal feita destrói a experiência do consumidor.
Se até eu, que trabalho com comunicação e marketing, já atendi clientes desanimado por acreditar que era mais uma ligação da Riachuelo, imagina o impacto disso em milhares de pessoas.
O recado é simples: marcas precisam aprender que insistir sem contexto não é relacionamento, é afastamento.